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Bionne: mulheres e melodias

abril 15, 2010

Elas são além de lindas, talentosas. Transformam o amor ao samba e ao choro em músicas que alegram o corpo da gente. Falo do Bionne, grupo que conta com cinco mulheres que os nordestinos diriam “porretas” e os cariocas “boas à beça”, e eu, eu só posso dizer que a personalidade, o bom gosto e a musicalidade são companheiros fiéis dessas artistas.

Bionne há cinco anos vem conquistando seu espaço no cenário musical. E embora a formação do grupo tenha passado por algumas transformações durante esse tempo, todas elas, as que passaram e as que ficaram, têm em comum o prazer de tocar esses ritmos que estampam a cara do país, mas também se abrem para a experiência que cada integrante traz, já estão até tocando baião.

Elas buscam inovar e nem precisam falar pra sabermos disso, basta ouvir e prestar atenção na sonoridade instrumental pra perceber que elas sabem o que estão fazendo e que estão fazendo bem feito.

No dia 15, as meninas vão fazer um show farto de composições mato-grossenses, de músicos que também vem se destacando e que as presentearam com essas jóias, e elas como boas anfitriãs, cuidaram de fazer o máximo proveito de tudo, elas querem mostrar o que está sendo feito aqui com muita qualidade, os arranjos estão nas mãos do carioca Leandro Braga, que atualmente faz parte da ousadia dos arranjos de Ney Matogrosso, além de ter trabalhado com grandes músicos, como Tim Maia, Elba Ramalho, Chico Buarque, Zeca Pagodinho, entre outros.

Além das composições de Joelson Conceição, Paulo Monarco, Leoncio, Estela Ceregatti e outros compositores do estado, estão no repertório composições de duas das integrantes do Bionne, Karola Nunes e Kátia Mendes.

E por falar em nomes, o grupo Bionne é composto por Andrea Rosa, Grazielle Louzada, Kalinca Nunes, Karola Nunes e Kátia Mendes. Elas tocam, respectivamente, cavaco e bandolim, sax soprano, percussão, violão e voz, pandeiro e voz.

Toda segunda quarta do mês elas se apresentam no bar Choros e Serestas, então, decidiram por shows temáticos. No show anterior elas homenagearam Chiquinha Gonzaga, convidaram percussionistas para participarem do espetáculo. Desta vez, com o tema “ Deixa Florir” homenageando músicos mato-grossenses, elas convidaram para fazer parte da festa o baterista Wender Couto.

Na quarta passada, véspera de feriado cuiabano, Bionne se apresentou no Choros e Serestas, pude conferir de perto o som delicioso do grupo. É entre sorrisos, comentários bem-humorados, muito gingado e feminilidade que sai a contagiante música que fazem.  Quem quiser provar dessa alegria, poderá, no dia 15 desse mês, às 22h, na Casa Fora do Eixo, ir ao encontro dessas mulheres que são capazes de espantar qualquer vestígio de tristeza.

Serviço:

O quê? Show do grupo Bionne

Onde? Na Casa Fora do Eixo

Quando? Dia 15 de abril

Urutau: músicos produzindo os mais diversos timbres

março 30, 2010

Segunda à noite, asfalto molhado, raios iluminando e lua cheia escondida no céu. Tudo não passa de pequenos empecilhos diante da vontade de criar música.  Estamos no ensaio do grupo Urutau, nova pérola musical cuiabana, recém surgida e que já promete alçar altos voos.

De longe se sente o cheiro e os ruídos de novidade e a energia da obra coletiva, resultado de ensaios cheios de criação e trocas que aos poucos, de opinião em opinião, vão se tornando frases melodiosas desconhecidas, inéditas, e o melhor : ao vivo.

Os seis integrantes se encontram aas segundas-feiras, e entre palpites, pausas, risadas são que surgem  as frase melódicas, que, casando-se, se transformam em músicas descomunais. Eles não podem ser rotulados ou enquadrados dentro de um estilo, estão em busca de explorar o máximo possível do que já existe por aí e o que ainda tem pra nascer, além de querer o resultado do que cada um tem pra mostrar na sua bagagem musical.

Há variadas combinações de parcerias entre eles, todos já compartilharam momentos de inspiração. Há inclusive uma composição em que os seis são compositores.

O nome do grupo – Urutau – foi originado de um pássaro de canto melodioso e melancólico, de cor parda, que se faz de galho para se camuflar da caça. Um pássaro exótico, noturno, esperto e exímio cantor. Esse grupo com certeza dá conta do recado.

São elas e eles: Estela Ceregatti, Juliane Grisólia, Jhon Stuart, Phellyppe Sabo, Joelson Conceição e Tarcísio Sobreira. Além da voz, os instrumentos são quase que inumeráveis, piano, contrabaixo acústico, violão de sete cordas, flauta transversal, sax soprano, contralto,e tenor, bateria, cajón, alfaia, pandeiro, instrumentos de efeito, congas, bongôs,  escaleta, cavaco e até vibrafone. O grupo pretende incluir neste tesouro instrumental sons eletroacústicos, de efeitos sintetizados. Eles estão desenvolvendo a independência da partitura, embora seja indispensável como forma de registro.

O objetivo do grupo é simplesmente fazer música, puramente por prazer, em busca de perpertuar o que se acredita, despretensiosamente. O prazer que eles sentem ao tocar aqueles instrumentos e que viram música vem junto com cada onda sonora que entra em nossos gratos ouvidos. É o momento onde o prazer de tocar se mistura com o prazer de ouvir. Que felicidade inexplicável a música desse grupo pode causar. “ Nossa intenção é criar o novo e preservar o que precisa ser preservado”, diz Estela.

É por isso que eu digo que todos precisam e merecem ouví-los nos dias 10 e 11 de abril, no Sesc Arsenal, às 20h. A entrada é só um litro de leite, não há desculpa para deixar de ir. Música de qualidade e acessível está aqui.

Serviço:

O quê: Grupo Urutau

Onde: Salão Social do Sesc Aresenal

Quando: dias 10 e 11 de abril

Quanto: 1 litro de leite